
Cremilda e Rosilda se encontram em um bar após um período de afastamento:
- Ó nóis aqui de volta.
- Como tudo passa tão rápido...Fim de nossas licenças-prêmio.
- É mesmo, e tanta coisa aconteceu..
- No geral e no particular.
- No geral, nem falo,acho que esse país foi acometido de microcefalia. Microcefalia nacional.
- É mesmo, disse tudo. E no particular?
- No meu particular, foi médio.
- Não diga isso, Cremilda, você foi à Grécia! Era tudo que você sonhava, a Grécia era sua obsessão, lembra?
- Sim, era. Foi o que eu pensei;;;.
- Então, não foi sozinha com as amigas, sem o Boa?
- Sim e não. Eu...não te contei? Quando faltava uma semana pra eu voltar, quem me aparece no hotel?
- Âhn, Bingo! O Boa, só pode!
- Tentou fazer uma surpresa, disse que foi ideia do Cacau. Só que a imigração confirmou minha presença no hotel, e eu fiquei sabendo da "surpresa" antes. Só fingi que não sabia.
- Ah, Cremilda, que pena, mesmo assim, isso não foi lindo, ele ir atrás de você, igualzinho a filme americano?
- Pensar que eu estive avaliando as possibilidades de me aposentar e ficar lá em definitivo.
- E não está mais?
- Pois é, desisti da ideia.
- Não reclama. E sua amiga aqui, que se casou e se divorciou, tudo em apenas três meses?
- Mas você realizou seu sonho também, tudo em apenas três meses, mas realizou; casar também não era sua obsessão?
- Era, pelo menos, mudei rápido de status de solteira pra divorciada, quase sem passar pelo de casada.
- Mas casar também com sogra, enteado, cachorro e papagaio, vamos combinar, só podia dar nisso, né?
- Ciro foi perfeito, até ver que não conseguia largar da saia da mãe, que era amiguinho demais da ex, que gostava de churrasco todo fim de semana... não aguentava mais o cheiro, isso foi demais pra mim, e fora os pimpolhos dele dizendo toda hora que a mãe dele era mais nova pra me insultar..
.- Mas pensa bem, você agora está livre de novo, pode ficar em paz no seu apê lindo, com seus livros, seus filmes, ...fala a verdade, é muito bom.
- Bom, em paz nem tanto...
- Por que?
- ... é que, ontem, o Ciro me ligou.
- Xi, já sei, rolou...
- Nada demais, foi só pra sairmos...concluímos que o melhor mesmo é cada um no seu canto .
- Bom, em paz nem tanto...
- Por que?
- ... é que, ontem, o Ciro me ligou.
- Xi, já sei, rolou...
- Nada demais, foi só pra sairmos...concluímos que o melhor mesmo é cada um no seu canto .
- Vê lá, vai que você casa de novo, heim. Ou vai que é mais uma ex pra coleção dele.
- A segunda hipótese é mais provável.
- Hum...
- Sabe aquela chamazinha ? Não foi suficiente pra segurar o casamento.
- Chamazinha? E-ê, eu diria incêndio florestal!
- Pois é. Nada impede uma saidinha de vez em quando, não acha?
- Vai ver que é melhor mesmo..
- Você falando assim... depois de ver que o melhor é você ficar casada...
- Acho que com muito mais autoridade agora. Prá falar a verdade, Rosi, concluí que, se fosse possível eu morar na Grécia, não ficaria mai sozinha lá.
- É mesmo?
- Na verdade, foi um sopro de liberdade, um sopro mediterrâneo, foi ótimo, mas sem o Boa ficou meio sem graça a coisa, sabe?
- Entendo, mas não muito.E aí seu velho projeto morreu de vez.
- Então. No meio das conversas com as companheiras de viagem, todas separadas, e, lógico, falando mal deles o tempo todo, senti falta do humor sabe?. O humor do Boa, acredite. Sei lá, eu queria ficar bem ali, naquele lugar mágico na boa. E depois havia um delírio delas de comprar, de comprar, entende? Como que pra preencher algo nelas,
- Entendo...Bom que, numa viagem, a gente aprende muito sobre a natureza humana.
- Até que o Boa chegou, pra espanto delas. E quer saber, no fundo, no fundo, fiquei contente. E aí ... danou-se,vi que eu alimentava uma ilusão sobre minha liberdade.
- Que ilusão?
- Minha questão é mais com o casamento do que propriamente com o Boa.
- Aliás, eu já desconfiei disso.
- E depois, Rosilda, paz mesmo quem quer ?
- Paz é algo efêmero.
- Não tenho sossego com ele, mas pra que eu quero sossego?
- Simples, o que vocês precisam de vez em quando, é só da ausência um do outro!
- Como você precisa de vez em quando, da presença do Ciro, né?
- Isso merece um brinde!
- A quê?
- As novas perspectivas de nossos relacionamentos.
- Então, ao brinde!
- A segunda hipótese é mais provável.
- Hum...
- Sabe aquela chamazinha ? Não foi suficiente pra segurar o casamento.
- Chamazinha? E-ê, eu diria incêndio florestal!
- Pois é. Nada impede uma saidinha de vez em quando, não acha?
- Vai ver que é melhor mesmo..
- Você falando assim... depois de ver que o melhor é você ficar casada...
- Acho que com muito mais autoridade agora. Prá falar a verdade, Rosi, concluí que, se fosse possível eu morar na Grécia, não ficaria mai sozinha lá.
- É mesmo?
- Na verdade, foi um sopro de liberdade, um sopro mediterrâneo, foi ótimo, mas sem o Boa ficou meio sem graça a coisa, sabe?
- Entendo, mas não muito.E aí seu velho projeto morreu de vez.
- Então. No meio das conversas com as companheiras de viagem, todas separadas, e, lógico, falando mal deles o tempo todo, senti falta do humor sabe?. O humor do Boa, acredite. Sei lá, eu queria ficar bem ali, naquele lugar mágico na boa. E depois havia um delírio delas de comprar, de comprar, entende? Como que pra preencher algo nelas,
- Entendo...Bom que, numa viagem, a gente aprende muito sobre a natureza humana.
- Até que o Boa chegou, pra espanto delas. E quer saber, no fundo, no fundo, fiquei contente. E aí ... danou-se,vi que eu alimentava uma ilusão sobre minha liberdade.
- Que ilusão?
- Minha questão é mais com o casamento do que propriamente com o Boa.
- Aliás, eu já desconfiei disso.
- E depois, Rosilda, paz mesmo quem quer ?
- Paz é algo efêmero.
- Não tenho sossego com ele, mas pra que eu quero sossego?
- Simples, o que vocês precisam de vez em quando, é só da ausência um do outro!
- Como você precisa de vez em quando, da presença do Ciro, né?
- Isso merece um brinde!
- A quê?
- As novas perspectivas de nossos relacionamentos.
- Então, ao brinde!
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