
-Ei, amiga, tudo bem?
- Acredita em acaso,destino? Acredita em força superior?
- Acredito , mas até agora eu achava que você que não acreditava em nada disso!
-Pois é, mas há coisas que balançam nossas convicções...
-Posso saber...?
-Ontem lembra que eu te disse que viria mais tarde?
-Sim...
- Então, peguei um ônibus e havia um único lugar vago, perfeito, ao qual me dirigi feliz.
-Hum.
-Aí o passageiro do lado me disse "senhora, esse banco está quebrado".
-Ih!
- Você sabe que não viajo em pé.
- Sei.
-Mais que depressa desci para pegar um ônibus da mesma linha pra não pagar outra passagem. Até melhor, mais confortável.
- Claro.
- E aí , acredite, antes de subir a ponte, o pneu furou!
- Rá!
- Adivinha qual ônibus eu peguei em seguida?
- Não,
- O tal do banco quebrado.
- Como já estava na ponte, não teve jeito, atravessei em pé! E mais apertado.
- Então seu destino era ir em pé mesmo.
- Era. Nem me lembro quantas vezes em toda minha vida viajei em pé.
- Como já estava na ponte, não teve jeito, atravessei em pé! E mais apertado.
- Então seu destino era ir em pé mesmo.
- Era. Nem me lembro quantas vezes em toda minha vida viajei em pé.
-Convenhamos que, para uma ateia que se diz convicta, foi um sinal meio fraquinho.
- Espera... Minha saga não terminou aí .Já foi o segundo logo pela manhã.
-Ah não!
-Foi só o começo.Depois de ir ao centro resolver umas coisas, peguei outro ônibus pra Copacabana.
- E o que mais aconteceu?
- Pra começo de conversa, o ar condicionado não estava fucionado. Quase chegando , uns moleques escalaram e entraram no ônibus pela janela. Você não acredita com que agilidade! Bem pertinho de minha janela.
- Nossa, essa é mais pesada. Assaltaram ou fizeram alguma coisa?
-Não, diante do escândalo dos passageiros, desceram pelas mesmas janelas.. Mas não sem antes pegar uma pedra pra jogar no ônibus, quando saíram.
- Jesuuuus !
-Todo mundo se abaixou. Ninguém se machucou.
- Que dia-de-fúria ! E você acha que isso é algum tipo de prova ou coisa assim?
-Ah não!
-Foi só o começo.Depois de ir ao centro resolver umas coisas, peguei outro ônibus pra Copacabana.
- E o que mais aconteceu?
- Pra começo de conversa, o ar condicionado não estava fucionado. Quase chegando , uns moleques escalaram e entraram no ônibus pela janela. Você não acredita com que agilidade! Bem pertinho de minha janela.
- Nossa, essa é mais pesada. Assaltaram ou fizeram alguma coisa?
-Não, diante do escândalo dos passageiros, desceram pelas mesmas janelas.. Mas não sem antes pegar uma pedra pra jogar no ônibus, quando saíram.
- Jesuuuus !
-Todo mundo se abaixou. Ninguém se machucou.
- Que dia-de-fúria ! E você acha que isso é algum tipo de prova ou coisa assim?
-Por que?
- Fiquei pensando se aquele atraso de eu descer do ônibus, ou o ônibus quebrar, não foi uma coisa pra que eu atrasasse e encontrasse aqueles meninos escaladores.
- Não, não faz sentido, não aconteceu nada, Cremilda!Quem te viu e te vê, heim?
- Vai que que ainda não encontro eles por aí?
- Se a gente anda todos os dias pelos mesmos lugares, a chance é grande, sim.
- Mas minha saga não termina aí.
-Ah não, pára!
-Dessa vez na volta. Voltei de barca pra relaxar da urucubaca.
- A barca parou no meio da baía.
- Não. A barca tudo bem. Peguei ônibus no centro pra casa.
-Aff! Ah não, eu desistia de ônibus pro resto da minha vida!
- Tenho a mania de ir a frente, sentar no banco solitário, perto do dos deficientes.
-E o que que tem?
- Pra quê? Havia um deficiente!
- O que é mais que natural, não é um banco pra deficientes?
- Prá mim era um doido, alcólico, sei lá, contando as histórias mais escabrosas pro motorista e ria, ria... E eu tinha que ouvir tudo aquilo calada e tendo engulhos. Ele era obsecado com casos bizarros,
-Mudava de lugar...
- Não. Não tinha mais lugar. Queria que eu voltasse de novo em pé?
- Eu voltava, não em pé, mas a pé. Tô começando a achar que era seu destino era encarar essas paradas ontem.
- Pois é. Fiquei com medo do maluco, quando ele começou a me encher o saco. Perguntou porque eu estava tão solitária, ali encolhida, se eu estava aborrecida, etc, só balançando a cabeça,sabe né, doido a gente não contraria. E o tempo não passava. Não passava.
-Amiga, sinceramente eu descia e não pegava mais nada. Ligava pro Boa. Às vezes nessas horas...
- Agora tinha que ir até o final. Acho que era o momento de pagar todos os meus pecados
- Mas afinal escapou ilesa de todas, né, amiga? Veja por esse lado.
- Fiquei pensando se aquele atraso de eu descer do ônibus, ou o ônibus quebrar, não foi uma coisa pra que eu atrasasse e encontrasse aqueles meninos escaladores.
- Não, não faz sentido, não aconteceu nada, Cremilda!Quem te viu e te vê, heim?
- Vai que que ainda não encontro eles por aí?
- Se a gente anda todos os dias pelos mesmos lugares, a chance é grande, sim.
- Mas minha saga não termina aí.
-Ah não, pára!
-Dessa vez na volta. Voltei de barca pra relaxar da urucubaca.
- A barca parou no meio da baía.
- Não. A barca tudo bem. Peguei ônibus no centro pra casa.
-Aff! Ah não, eu desistia de ônibus pro resto da minha vida!
- Tenho a mania de ir a frente, sentar no banco solitário, perto do dos deficientes.
-E o que que tem?
- Pra quê? Havia um deficiente!
- O que é mais que natural, não é um banco pra deficientes?
- Prá mim era um doido, alcólico, sei lá, contando as histórias mais escabrosas pro motorista e ria, ria... E eu tinha que ouvir tudo aquilo calada e tendo engulhos. Ele era obsecado com casos bizarros,
-Mudava de lugar...
- Não. Não tinha mais lugar. Queria que eu voltasse de novo em pé?
- Eu voltava, não em pé, mas a pé. Tô começando a achar que era seu destino era encarar essas paradas ontem.
- Pois é. Fiquei com medo do maluco, quando ele começou a me encher o saco. Perguntou porque eu estava tão solitária, ali encolhida, se eu estava aborrecida, etc, só balançando a cabeça,sabe né, doido a gente não contraria. E o tempo não passava. Não passava.
-Amiga, sinceramente eu descia e não pegava mais nada. Ligava pro Boa. Às vezes nessas horas...
- Agora tinha que ir até o final. Acho que era o momento de pagar todos os meus pecados
- Mas afinal escapou ilesa de todas, né, amiga? Veja por esse lado.
- Tem mais!
- Não, Cremilda, chega!
- Quando cheguei no meu prédio, estava sem luz!
- Não! É demais. Claro que você chorou.
- E o que você acha?
-Do que? De ter chorado?
- Não. Foi o acaso ou algum sinal?
-Sim, é um sinal de que a vida não é um mar de rosas. E andar de ônibus muito menos.
- Mas precisava tudo ser no mesmo dia?
- Olha amiga, sou cristã, católica, creio em Deus, mas te digo com tranquilidade, não tem nada de sinal ou destino.
- Então, o que foi isso?
- Foi apenas um dia maluco. Um dia muito maluco!
- Não. Foi o acaso ou algum sinal?
-Sim, é um sinal de que a vida não é um mar de rosas. E andar de ônibus muito menos.
- Mas precisava tudo ser no mesmo dia?
- Olha amiga, sou cristã, católica, creio em Deus, mas te digo com tranquilidade, não tem nada de sinal ou destino.
- Então, o que foi isso?
- Foi apenas um dia maluco. Um dia muito maluco!
No comments:
Post a Comment